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Açúcar

PONHA A CULPA NA ÍNDIA
18/09/2015

O açúcar derreteu nesta sexta-feira em NY depois que notícias vindas da Índia davam conta que o governo indiano estabelecera quotas de exportação devido ao crescimento dos estoques de açúcar naquele país. O volume de exportação, de acordo com o governo indiano, seria de 4 milhões de toneladas obrigatórias para diminuir os estoques excedentes que já superam os 10 milhões de toneladas. E a notícia da Índia pegou os fundos posicionados na compra que devem ter vomitado suas posições ao longo desta semana de quedas, potencializando o derretimento visto hoje.  

Muito embora esse volume de exportação obrigatória represente pouco mais de 8% do total de açúcar negociado no mercado internacional, o impacto num mercado que carece de boas notícias oriundas do seu principal exportador, o Brasil, que apresenta a segunda taxa de câmbio mais baixa da história de sua moeda, só poderia ter esse desfecho trágico. Assim, o vencimento outubro/2015 encerrou a sexta-feira negociando a 10.96 centavos de dólar por libra-peso, uma queda semanal de 70 pontos, ou 15 dólares por tonelada. A pressão foi praticamente da mesma magnitude nos meses do próximo ano safra. Já o spread outubro/2015 março/2016 estreitou para 74 pontos, com carregamento implícito de 17% ao ano, que deve ter incentivado a realocação parcial de hedges que estavam em março de volta para outubro.

O mercado aposta que a entrega de açúcar no final do mês, contra o vencimento outubro/2015 na bolsa de futuros de NY vai ser próxima a um milhão de toneladas. O recebedor? A mesma trading asiática que tem monopolizado os recebimentos nos últimos vencimentos.

Não podemos diminuir o fato de que para as usinas, o fechamento de sexta-feira foi de quase R$ 1.000 por tonelada, ou seja, a trajetória descendente do real vai implicar em maior pressão nos meses de vencimento da safra 2016/2017, que oferecem a oportunidade para aqueles que sabem usar os mecanismos de hedge disponíveis no mercado de fixar preços que se aproximam dos R$ 1.300 por tonelada FOB.

Oportunidades de hedge em reais em níveis altos como agora, podem começar a desenhar uma safra mais açucareira para o próximo ano. E aí teremos um agravamento da disponibilidade de etanol cujo consumo interno tem crescido de maneira robusta. O consumo de hidratado de abril a agosto deste ano, no Centro-Sul, cresceu 29% em relação ao mesmo período do ano passado. O consumo total de etanol nesse período cresceu 10% em relação ao ano passado e estabeleceu um recorde de 10.3 bilhões de litros. Nunca a arbitragem entre os dois produtos, açúcar e etanol, será tão sensível como se espera no próximo ano. Difícil esperar que o açúcar apresente custo e carrego tão atraentes como vimos nessa safra, mesmo porque o déficit mundial estará de certa forma refletido e o estreitamento dos spreads deverá ser a tônica. Do lado das usinas, há chance de melhoras no prêmio do mercado spot. Do lado do consumidor, pode ser que os preços tão baixos vistos recentemente não se repitam em 2016/2017.
Não importa para onde se olhe, se para o mercado interno de combustíveis que sustenta preços e acirra a arbitragem com o açúcar; se para o mercado de açúcar que deve apresentar déficit mundial; se para a desvalorização do real que aumenta os custos de importação da gasolina e favorece o etanol; o fato é que o pêndulo do mercado está mais propenso para preços mais construtivos para as usinas.

Conseguir sobreviver às burradas da política econômica comandada por Dilma e sua legião de mortos-vivos é algo que o setor tem que se orgulhar. Infelizmente, neste momento sofrível da economia brasileira, em que a CIDE traria enorme alivio ao setor, o ministro Levy achou que não era o momento. E continuamos a subsidiar a gasolina via preços mais baixos do que o mercado internacional. Nesta semana, o preço médio da gasolina no mercado internacional foi de R$ 4.1552 por litro, o que traria competitividade para o hidratado a R$ 2.7000 por litro na bomba.

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Nesta segunda-feira inicia-se em São Paulo a Semana do Açúcar com o ponto alto sendo o Jantar de Gala que vai acontecer na quarta-feira, dia 23 de setembro, na Sala São Paulo, Estação Júlio Prestes, na Capital. Esta é a 8ª. Edição de um dos eventos mais importantes no mundo do açúcar, organizado pelo Sugar Club, entidade que é hoje presidida por Paulo Roberto Garcia. Também concorre em nível de importância a 15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Álcool que reúne líderes do setor e palestrantes de mais de 30 países. Este ano fui gentilmente convidado pelo Presidente da Datagro, Plinio Nastari a fazer parte do painel sobre o mercado mundial de açúcar. Nos vemos lá.

Boa semana, boa viagem para aqueles que estão vindo para o evento e bons negócios para todos.

 

Arnaldo Luiz Corrêa

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