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Café

VENDA DE SAFRAS FUTURAS MUDAM PATAMAR DE PREÇOS
14/12/2019

As eleições do Reino Unido deram à Boris Johnson uma maioria na câmara dos comuns acima do esperado, abrindo finalmente o caminho para o primeiro ministro tirar a região da União Européia, uma novela que se arrasta há anos.

Estados Unidos e China anunciaram terem se encontrado nos termos para a primeira fase do acordo comercial entre os países, mas há detalhes importantes não esclarecidos, como a questão do quanto e quando os chineses se comprometeram em comprar dos americanos produtos agrícolas e manufaturados, entre outros.

A boa notícia para os mercados é que não haverá novas tarifas implementadas a partir de domingo (dia 15), tirando ao menos esta incerteza para passarem as festas mais tranquilos.

Os investidores se animaram comprando commodities e levando o CRB acima da alta de junho para então devolver parte do ganho no mesmo dia.

As duas variedades de café tiveram uma semana bem volátil.

O arábica na sexta-feira atingiu o mais alto patamar desde setembro de 2017, US$ 140.30 centavos por libra, caindo na mesma sessão para 129.20, um intervalo de US$ 11.20 centavos.

Londres chegou próximo dos US$ 1500 por tonelada, voltando para US$ 1400, mas o mais impressionante foi o spread de janeiro/março que em quatro dias foi de um desconto de 21 dólares para um prêmio de 37 dólares, retornando para 14 dólares negativos – uma loucura.

A performance do terminal Nova Iorquino, o qual subiu quase 50% desde 17 de outubro, dá a impressão de que a correção está começando, e a dimensão da perda, embora elástica, é reflexo do quão esticadas as cotações ficaram.

Claro que para colocar combustível na fogueira novas especulações sobre agentes sofrendo aperto de fluxo de caixa circularam no noticiário e nos grupos de discussões, e alguns especuladores podem ter tentado se aproveitar.

Entretanto olhando para o relatório dos comitentes isto não parece ter acontecido, haja vista que os comerciais venderam ainda mais o mercado, diferentemente de reduzir a parte vendida – onde a “potencial” vulnerabilidade está, ou estava.

Se alguém de fato foi forçado a ”stopar”, isto pode ter acontecido na quinta-feira, dada a queda do número de contratos em aberto, e tristemente um dia depois o mercado devolveu os ganhos.

Mesmo com a queda de US$ 6.35 centavos na sexta-feira, o contrato “C” acumulou uma alta de US$ 6.10 centavos na semana, mas o movimento técnico do último dia útil foi bem negativo e pode estimular mais vendas na última semana sem feriado do ano.

O fluxo de negócios no físico se manteve forte, tendo no Brasil a saca de café atingido R$ 600.00, nível que acredito poucos imaginavam acontecer ainda em 2019, e dando oportunidades de vendas futuras a preços remuneradores aos produtores.

As outras origens também aproveitaram para vender e o timing não poderia ser melhor para os que estão colhendo e tem cafés disponíveis para comercializar.

A alta acentuada desencaixa o fluxo de caixa momentaneamente, já que todo o café comprado precisa ser embarcado e recebido, e isto faz os diferenciais enfraquecerem, menos do quanto se imaginaria, principalmente na oferta aos importadores e para os embarques de curto prazo.

Entretanto olhando para o segundo semestre de 2020, quando o Brasil colherá uma safra maior, houve ofertas generosas, até demais, um sinal que pode ser lido como limitador para altas sustentáveis.

Por outro lado, se assumirmos uma comercialização entre 25% a 30% para a safra 20/21 brasileira, de 10% a 15% para a 21/22 e ao redor de 5% para a 22/23, naturalmente a necessidade de venda diminuirá quando o Brasil começar a colher, o que é esperada ser uma safra recorde.

Os altistas dizem não haver quase café disponível para ser vendido no Brasil, algo primeiro improvável, pois tem de ser considerado o carrego, e ainda que seja parcialmente verdade, grande parte dos exportadores devem ter coberto suas necessidade de embarque no mínimo para o primeiro trimestre do ano – ou seja, o café mudou de mão apenas.

Tudo indica uma mudança significativa do intervalo de negociação de Nova Iorque, que provavelmente não deverá voltar abaixo de US$ 110 centavos por libra e assim resolve as imaginadas perdas futuras de produção, pode desta forma encontrar mais resistência acima de US$ 130 centavos – após liberar mais dinheiro na cadeia.

Este é o último comentário do ano de 2019, que se encerra com muito papo interessante e conversas mais animadas do que as que circulavam quando os terminais tinham quedas ininterruptas.

Gostaria de agradecer aos leitores e amigos pelos inputs, concordando e discordando, o que provoca assim um debate salutar e benéfico a todos.

Como sempre comento nos encontros e nos grupos de conversa que participo, escrever este relatório semanal (o qual é distribuído gratuitamente para quem quiser se cadastrar no site da Archer Consulting), é para mim um exercício e uma maneira adicional de me disciplinar a filtrar o  mercado, não apenas de café, mas a parte macroeconômica que também influencia as cotações, e as trocas de e-mails e conversas são sempre bem vindas nos dando luz para tentarmos entender a dinâmica das movimentações.

Desejo a todos um Feliz Natal com muita harmonia e paz e um 2020 com saúde, física e mental, para continuarmos a jornada com nossos familiares e com nossos amigos, próximos e distantes, de dentro e de fora do mercado de café.

Um abraço e até meados de janeiro,

Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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