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Açúcar

UM GOVERNO QUE ATRAPALHA
11/06/2011

O mercado de açúcar encerrou a semana com variação positiva em todos os meses de vencimento. O julho, cujas opções expiram na semana que vem, encerrou a 25,64 centavos de dólar por libra-peso com valorização de 169 pontos em relação à sexta-feira anterior ou 37 dólares por tonelada. Outubro também apresentou ganhos acima de 20 dólares por tonelada na semana. Os demais meses em aberto fecharam em alta de 2 a 13 dólares por tonelada.

Os fundamentos do açúcar se sobressaem e aqueles que ainda tinham contratos de venda para fixar começaram a fazê-lo aproveitando a onda de melhores preços alimentada pela previsão de safra cada vez menor no Centro-Sul (consenso em torno de 540 milhões de toneladas). A menos que algum cisne negro voe por sobre o açúcar, é muito difícil vislumbrar uma queda no mercado internacional que empurre os preços para os 20 centavos de dólar por libra-peso. O cisne, no entanto, pode estar sobrevoando Brasília nesse momento antevendo a caixinha de maldades que a Agência Nacional do Petróleo pode estar reservando ao setor com possíveis medidas restritivas a serem anunciadas até o final de julho.

Existe certa apreensão nas medidas que a agência governamental, que agora regula também o etanol, pode soltar para regulamentar o setor. O ministro das Minas e Energia volta a falar em taxar a exportação de açúcar. Qualquer medida restritiva ou intervencionista vai afastar os investidores estrangeiros que consideravam entrar no setor, mas temem mudanças de regra no meio do jogo. Democracia séria pressupõe respeito às leis e contratos. O governo vai endurecer sua relação com os usineiros. É preciso contra-atacar e fazer a mídia e o consumidor entenderem a verdadeira situação do etanol.

A semana iniciou com o III Ethanol Summit, em São Paulo, evento realizado a cada dois anos pela União da Indústria de Cana-de-açúcar – UNICA, comandado pelo seu competente presidente Marcos Jank, que vai se firmando como o melhor evento do setor sucro-alcooleiro em nível mundial. Imperdível. Nada se compara à agenda bem elaborada, ao peso dos palestrantes e aos tópicos discutidos durante os dois dias, abrilhantados pelas incursões inteligentes do tarimbado jornalista William Waack, âncora do evento.

Com exceção da tosca participação de membros do governo federal e das agências governamentais, com suas mesmices e discursos paleolíticos, o evento foi um sucesso retumbante, trazendo ideias de alto nível em vários campos como o futuro do petróleo, o papel dos biocombustíveis, os novos ciclos de investimentos para a cana no Brasil, o futuro do setor sucro-energético (com extraordinário debate entre os principais CEO’s do setor), e tantos outros painéis que elevaram a qualidade das discussões e fazem do Ethanol Summit uma grife valiosa que a UNICA deve se esforçar para preservar e – por que não – incorporar ao nome também o Açúcar, criando o Sugar & Ethanol Summit para 2013?

Um desses conhecidos burocratas de Brasília (são tantos), que se pudesse reduziria a zero a mistura de anidro na gasolina numa penada, apresentou-se com a empáfia habitual desses funcionários públicos que imaginam que nós é que trabalhamos para ele e não o contrário, desfilando suas ladainhas em power-point com o velho discurso de que o preço administrado da gasolina não interfere em nada no setor.

Imagine só: desde setembro de 2005, o governo não altera o preço da gasolina. Esse artificialismo travestido de politica fiscal ou preço político, chame-o como quiser, em verdade limitou investimentos no setor sucro-alcooleiro num momento em que, fossem livres os preços dos combustíveis, teriam fomentado um extraordinário crescimento do setor desde então, elevando o nível de produção de cana que hoje atenderia à demanda.

A presidente do Brasil, com dedo em riste, arvora-se em chamar a atenção do setor como se esse fosse o culpado dos males. Seu apreço pelo setor é tamanho que cancelou sua ida ao evento para atender em Brasília a visita do bufo presidente da Venezuela. Como disse um executivo do setor: “sonho que um dia tenhamos um evento desse porte, sem ter que convidar essa trupe de políticos e burocratas que pouco ou nada trazem de contribuição efetiva ao setor”. Verdade.

A curva de correlação entre o açúcar em NY e o etanol anidro (ESALQ), elaborada pela Archer Consulting, teve seu ponto ótimo no período de fevereiro/2010 até fevereiro/2011 quando o índice de aderência atingiu 0,9506. Próximo do mesmo período, o hidratado alcançou 0,918. Nos últimos 150 dias, no entanto, os dois descolaram completamente indo para 0,08-0,15. Por outro lado, a correlação de NY com açúcar no mercado interno ficou em 0,9193.

Reserve na sua agenda: o XVI Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas ocorrerá em setembro, dias 27, 28 e 29.

No Fundo Fictício da Archer Consulting, tivemos que ajustar nossa posição comprando 250 lotes com vencimento março/2012 a 23,84 centavos de dólar por libra-peso. Fechamos a semana com o delta negativo em 57 lotes e perdemos US$ 321,661.33 em função de aumento na volatilidade e direcional. Nosso portfolio está em US$ 7,168,584.17 de lucro nos 890 dias de vida, com retorno anual médio de 136,78%.

Tenham um bom final de semana

Arnaldo Luiz Corrêa

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